Suspeitos movimentaram em cinco anos mais de R$ 8 milhões com a revenda dos produtos, segundo a PF. Cerca de R$ 4 milhões foram bloqueados de contas ligadas aos investigados.
A Polícia Federal (PF) de Londrina, no norte do Paraná, apreendeu, nesta quinta-feira (18), carros esportivos e de luxo que seriam usados para lavagem de dinheiro vindo de contrabando e descaminho de mercadorias trazidas da Argentina e Paraguai.
Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em endereços ligados chefes das quadrilhas. Além de Londrina, ação ocorreu em Foz do Iguaçu, Maringá e Ourinhos (SP). Ao todo, pelo menos de 80 agentes participaram da operação.
Segundo o delegado responsável pela operação, Hugo Mendonça, nos últimos cinco anos, os investigados movimentaram mais de R$ 8 milhões na revenda dos produtos.
"A gente intensificou o trabalho nas pessoas que tinham o poder de mando, os líderes e gerentes, que lucravam mais com isso. Todo grupo tinha, pelo menos, um líder e três ou quatro gerentes", falou.
Entre os itens apreendidos, estão uma moto de luxo, aparelhos celulares, bebidas alcoólicas sem notas fiscais, além de azeites importados irregularmente da argentina. Veja o vídeo acima.
Os produtos estavam expostos em prateleiras de comércios de propriedade dos alvos da operação. Foram bloqueados mais de R$ 4 milhões de reais das contas dos suspeitos.
"São três grupos. Cada grupo tinha um líder composto de três a quatro gerentes. O crime principal da nossa investigação é pela prática de descaminho", disse.
Mendonça lembrou que a prática de descaminho não se enquadra na prisão preventiva dos investigados.
Rota do crime
Conforme o delegado, as mercadorias eram trazidas por pessoas "laranjas" que embarcavam em ônibus de turismo de Londrina até Foz do Iguaçu.
Os contrabandistas recebiam cerca de R$ 150 para fazer toda operação e entregar aos mandantes. Conforme Mendonça, centenas de pessoas participavam do descaminho.
"Eles pegavam pessoas aqui da região, colocavam em um ônibus de turismo e hotéis da região de Foz do Iguaçu. Lá elas recebiam as mercadorias como se estivessem na cota e vinham para Londrina, depois inserida nos comércios", contou.
Segundo a polícia, as investigações começaram no primeiro semestre de 2023
Fonte: G1/RPC PARANÁ